As sociedades de advogados portuguesas têm vindo a repensar a sua estratégia de internacionalização. Fruto, porventura, da atual situação económico-financeira do País. Certo é que, depois dos países africanos de língua oficial portuguesa, em particular Angola e Moçambique, se orientam agora para os mercados da América Latina. O principal enfoque é no Brasil, por via da identidade linguística e do atrativo de uma economia em crescimento acelerado. Mas no continente sul-americano outras economias emergem. Serão elas igualmente atrativas ou a língua é uma barreira para a expansão das sociedades nacionais? Representantes de sete firmas sintetizam a aposta que fazem nesses mercados.

 

Em parceria no Brasil

O mercado da América Latina (em particular o brasileiro) tem-se revelado importante não só para as empresas comerciais portuguesas, mas também para os escritórios de advocacia, numa tentativa de acompanhar as empresas nacionais nos investimentos que, com cada vez mais frequência, se realizam naquele país. Todavia, a tendência tem sido a realização de parcerias com escritórios brasileiros, uma vez que:

  1. O mercado jurídico no Brasil é muito competitivo;
  2. As sociedades de advogados brasileiras têm um nível de desenvolvimento que as coloca a par das sociedades internacionais e seguiram, na sua maioria, o modelo americano de organização de escritórios;
  3. O mercado brasileiro é, também a nível comercial e de negócios, muito competitivo e com dificuldades consideráveis, que tornam particularmente difícil a um escritório estrangeiro exercer a atividade sem uma parceria no local;
  4. Finalmente, a Ordem dos Advogados do Brasil tem colocado sérios entraves à entrada de escritórios estrangeiros no País e até às associações entre estes escritórios e escritórios brasileiros.

Neste contexto de parcerias desenvolvidas com escritórios brasileiros, a MC&A trabalha atualmente em colaboração com a sociedade brasileira de advogados L.O. Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira, Angel (SVMFA). Quanto aos restantes mercados da América Latina, não se tem verificado particular interesse por parte das sociedades de advogados portuguesas, uma vez que a língua predominante é o espanhol.

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