Acaba de ser criada uma nova sociedade de advogados, a MC&A. Fundada por Vítor Marques da Cruz, antes sócio sénior e responsável pela área internacional da F. Castelo Branco & Associados, o projeto pretende ser um ponto de apoio jurídico para todos aqueles que se movimentam no eixo Brasil, Europa e África, a partir das plataformas portuguesa e angolana.
Com sede, em Lisboa, mas também com escritórios no Porto, Madrid, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe, a MC&A conta ainda com a parceria da SNR Denton, uma das maiores sociedades de advogados do mundo, que a liga, por sua vez, a uma rede internacional de escritórios de advocacia cossediada em Londres e Washington.
“A MC&A conta com a experiência e conhecimentos profundos nesta plataforma, através de seus quadros, podendo, desta forma, apoiar os clientes que pretendam aí desenvolver negócios em todos os setores de atividade mais importantes como é o caso da área financeira, energia, direito comercial e imobiliário”, revela o advogado que lidera a MC&A, Vítor Marques da Cruz.
Dar resposta à crise
A crise terá sido um dos despoletadores desta estratégia. “Foi, precisamente, a pensar na crise existente e no facto da mesma não se prever resolvida a curto prazo que a MC&A decidiu canalizar grande parte das suas energias para os mercados de língua portuguesa”, explica Vítor Marques da Cruz à VE.
“Nos últimos anos temos assistido a uma tendência cada vez mais acentuada de internacionalização das empresas portuguesas, sobretudo para os mercados africano e brasileiro. Tal investimento, pelas características dos países em questão e pela sua dimensão, desenvolvem-se a médio, longo prazo e o seu sucesso também depende muito do apoio jurídio que lhe é dado”, acrescentou ainda.
Questionado pela VE sobre o que diferencia esta sociedade de advogados de outras existentes no país, o responsável diz que ao “contrário dos outros escritórios portugueses que são, particularmente, focados no nosso mercado e viram, em África, uma possibilidade de ‘colmatar’ as falhas criadas pela atual crise económica e rentabilizar equipas de advogados que estão, hoje, sobredimensionadas em relação ao espaço português, a MC&A tem como principal objetivo representar clientes portugueses e internacionais nesses países”.
Sobre as dificuldades de atuar em mercados tão vastos, Vítor Marques da Cruz diz que estas são maiores em países como o Brasil ou Angola. E isto não tanto pelas divergências dos respetivos regimes jurídicos em relação ao português, mas antes pela forma como estes são aplicados e interpretados, localmente, pelas autoridades e particulares. “Saber identificar essas divergências e adaptar a filosofia das empresas às práticas de cada país pode fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso”, disse por último.
Entre os principais clientes da MC&A contam-se empresas como o China Develpment Bank no âmbito do processo de financiamento à compra de parte da EDP pela Three Gorges.